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quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

MAS PALAVRAS




Há poucos dias apenas e aquele renovado anseio de fim de ano por dias melhores parecia tão real desta vez! Parecia tão ao alcance das mãos. Como que anestesiados pelo contagiante clima de fim de ano, ajudamos a moldá-lo com nosso quinhão redundante de otimismo (forçado?), felizes pelos desejos de abraços e votos mútuos, fossem eles sinceros ou não. Mas... e agora?

E agora, quando temos os pés novamente firmes no chão, já limpo das rolhas de champanhe? E agora que, de novo, percebemos a realidade da face do mundo; e de nosso mundo? Despojados da hipnose dos shows pirotécnicos e ensurdecedores dos fogos de artifício, a pergunhta angustiante não cala: o quem nos trará o ano novo? Envolto por uma enorme quantidade de profecias místicas, econômicas, políticas, profissionais, etc., poderemos nos esforçar um pouco para, pelo menos prever, cada um o seu ano novo?: "O que nois reserva, pois, este ano novo?"

Não é difícil fazer previsões em relação à humanidade. Falo como espírita que sou, naturalmente. E digo que a humanidade continuará a colher os frutos amargos de sua prejudicial semeadura de séculos atrás- sempre com a oportunidade de se refazer, a cada momento. Crimes hediondos, doenças terríveis, desequilíbrios psíquicos e coletivos, crises políticas e sociais globais, descontrole econômico generalizado, múltiplas catástrofes da natureza (que, alertando, nos cobra), alterações climáticas incisivas, medo e insegurança disseminados por todos os quadrantes. Quem é criminoso, provavelmente continuará a sê-lo. E alguns se juntarão a estes. Os egoístas idem, os dissimulados idem, os inseguros idem, os infiéis idem, idem, idem. Tudo continuará, através da inacreditável, incompreenível desobediência coletiva às leis incontornáveis da natureza.

Quanto às previsões para cada indivíduo, para cada ser humano cujo espírito esteja consciente, o futuro só a ele pertence. Somente a ele e mais ninguém. Meu futuro me pertence! Cada um de nós moldamos parta si o próprio futuro, de acordo com a maneira que vivemos o presente. O ano poderá, portanto ser uma época repleto de luz- mesmo com algumas baixas luminosidades- ou de escuridão- com alguns relâmpagos a nos indicar que a luz sempre existirá para quem a procura. A responsabilidade da decisão é unicamente pessoal e intransferível.

Por isso, devemos nos cobrar ânimo e ação. Agir no agora, no presente! Se quero construir um belo ano (por que falar de um futuro distante?), é preciso reunir todos meus esforços para tal sentido. Talvez eu precise transformar ou intensificar algumas de minhas vontades e disposições interiores, o que deverá contagiar meus pensamentos, palavras e ações. O pensamento, mais purificado, a busca pelas palavras verdadeiras e o esforço pela ação correta, constituem o início da (re)construção que cada um de nós moldamos a nós mesmos! É preciso que descansemos das estafas intelectuais infrutíferas, nos libertemos das algemas dogmáticas e esqueçamos o misticismos ocultistas e pouco esclarecedores.

Não é fácil, e é desafiante, entretanto creio ser um caminho para formar um belo (futuro) ano novo. Boa vontade e perseverança. As pedras deverão ser encaradas como se tivessem sido lapidadas e colocadas por nós mesmos no tapete de nosso "destino", em decorrência do que outrora fizemos. Longe de nos incutir medo, tais pedras devem servir para que reconheçamos os erros que nos perseguem e refletir interiormente, prosseguindo sempre, para frente, colhendo novas aquisiçoes espirituais. Assim as pedras deverão, paulatinamente, diminuir de tamanho. Assim, mais forte ficamos a cada dia e a escalada se torna mais fácil, na medida direta de nossos esforços. A cada altura atingida, veremos melhor o que pode vir, aspirando maiores vôos; e o que já veio, formado por nossas próprias conquistas.

É que sem esforço próprio ninguém avança um milímetro sequer. Somente crer não basta para que alcancemos algo. É preciso compreender o que se crê. E depois, esforçar-se. Pelo esforço prórpio, temos condições de manter acesa a luz que trazemos dentro de nós e resistir aos vendavais purificadores. Aqueles que se dispuserem a apenas manterem seus espíritos mergulhados no sono da inanição, formarão para si um ano pavoroso, desenvolvendo cada vez mais uma incapacidade de se movimentar por si mesmos, e deixando mais difícil e longo a reversão do quadro quando caírem na real. Até lá, terão sua luz quase apagada já nas primeiras rajadas de vento...

O livre arbítrio, e seu desenvolvimento no uso contínuo e sincero, é a chave para nosso desenvolvimento. Por meio dessa dádiva, podemos escolher nosos próprios caminhos, colhendo aquilo que quisemos plantar. Formamos nosso próprio destino. Aí, não se trata de mais uma simples e somente resolução de ano novo, mas de uma decisão que abrange toda a nossa existência "inteira", pois o nosso futuro, noss destino, somente a cada um de nós pertence. Que esse novo ano seja então (talvez) o primeiro ano de uma vida completamente nova, integrada às leis da Providência. E será... se o quisermo

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